Mesmo considerada uma ferramenta de auxílio na educação e no desenvolvimento de alunos e professores, a internet não é realidade em todas as escolas de educação básica em Roraima. Das 776 escolas entre estaduais, municipais, federais e privadas, 221 (28%) possuem acesso à internet, mas somente 116 (15%) têm a banda larga. Esses dados são considerados abaixo da média nacional de 58% e 48%, respectivamente. As informações estão no Portal qEdu (www.qedu.org.br), de acordo com o Censo Escolar 2013.
Em Boa Vista, das 207 escolas, entre públicas e particulares, 126 (61%) possuem internet e 90 (43%) têm a banda larga. As escolas municipais, no total de 96, nas zonas rural e urbana, representam 36 (38%) com internet e 27 (82%) com a velocidade de conexão mais rápida. Na zona rural, das 32 instituições de ensino, quatro têm acesso e nenhuma tem banda larga. Na rede estadual, das 75 escolas, 55 (73%) possuem computadores com acesso à internet e 35 (47%) com banda larga.
Nas escolas das redes particular e federal de ensino, a realidade é diferente. Das três escolas federais, a internet é presente em 100% das instituições, mas apenas uma possui banda larga. Nas 33 instituições de ensino privado, 32 escolas (97%) possuem internet e 27 (82%) acessam a rede mundial de computadores com a banda larga.
PREFEITURA – A Folha entrou em contato com a Secretaria Municipal de Comunicação da Prefeitura de Boa Vista, mas não recebeu retorno da demanda.
Escolas estaduais fazem parte de programa federal de banda larga
A Assessoria de Comunicação Social da Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) esclareceu que o acesso à internet nas escolas estaduais é possível mediante o Programa Banda Larga nas Escolas (PBLE), de responsabilidade do Governo Federal desde o seu lançamento em 2009.
Mediante assinatura do Termo Aditivo ao Termo de Autorização de exploração da Telefonia Fixa, as operadoras autorizadas trocam a obrigação de instalarem postos de serviços telefônicos (PST) nos municípios pela instalação de infraestrutura de rede para suporte a conexão à internet em alta velocidade em todos os municípios brasileiros e conexão de todas as escolas públicas urbanas com manutenção dos serviços sem ônus até o ano de 2025.
Por meio do referido programa, também existem as conexões instaladas nas escolas do campo, decorrentes de um processo licitatório feito pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A empresa vencedora possui a obrigação de conectar todas as escolas do campo que possuem cadastro no Censo Escolar da Educação Básica e que estão à uma distância de até 30 km a partir da sede de cada município. O compromisso de atendimento será mantido gratuitamente até o ano de 2027.
A gestão do programa é feita em conjunto pelo Ministério da Educação (MEC) e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em parceria com o Ministério das Comunicações (MCOM), o Ministério do Planejamento (MPOG) e com as secretarias de Educação estaduais e municipais.
Ao receber a conexão banda larga, por meio deste programa do Governo Federal, as instituições de ensino são orientadas a entrar em contato com um número 0800 da operadora vencedora da licitação para solucionar reparos técnicos ou qualquer outro problema referente à conexão. No caso de Roraima, a operadora responsável é a Oi.
Segundo informações da Coordenação Estadual do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo), em Roraima, 70 instituições de ensino possuem conexão à internet por meio do PBLE, outras 70 unidades possuem conexão à internet mediante o Programa Governo Eletrônico - Serviço de Atendimento ao Cidadão (GSAC), que leva internet via satélite para as escolas por meio de antenas.
Ainda segundo informações do Proinfo, para 2015, outras 70 escolas deverão receber conexão com a internet via PBLE. Desta forma, até o ano que vem, das 377 instituições da rede estadual de ensino, 210 unidades estarão com acesso à internet, o que corresponderá a 55,70% de atendimento. (Y.G)
Usuários reclamam que não conseguem acessar internet anunciada pela Prefeitura
Com mais de 100 dias de implantação, o projeto Boa Vista Online, da Prefeitura de Boa Vista, não atende à demanda da população que procura pelo serviço de internet sem fio (wi-fi) na Praça das Águas, no complexo poliesportivo Ayrton Senna, no Centro. A Folha recebeu diversas reclamações sobre a inoperância do serviço e constatou, no local, a dificuldade em acessar a rede mundial de computadores.
A autônoma Larissa Silva tentou a conexão enquanto transitava nas proximidades do Portal do Milênio, mas, depois de muito tempo, não conseguiu. “Isso aqui é só propaganda enganosa”, reclamou. Foi a primeira vez que ela procurou conectar o celular na Praça das Águas, mas não obteve êxito.
Um motociclista, na tentativa de acessar um site, não conseguiu também. “Está lento demais”, reclamou. Um servidor público até analisou a situação da velocidade. “Estou praticamente sozinho aqui na praça e só dá um mega. Isso é preocupante”, frisou. O ideal, segundo ele, seria essa mesma quantidade para cada usuário. “Mas se for dividido para todos, aí não dá”, ressaltou.
Folha fez o teste e comprovou que serviço não funciona como anunciado
Na internet há um aplicativo gratuito chamado “speedtest”, em que o usuário acompanha a velocidade e o tempo para baixar a informação.
PREFEITURA – O Projeto Boa Vista Online foi implantado em abril deste ano e é gerido pela Secretaria Municipal Extraordinária de Inclusão Digital. Conforme a Prefeitura, a cobertura abrange a praça de alimentação, a Praça das Águas e segue até o palco Velia Coutinho. Para acessar, o usuário não precisa digitar senha e nem nome de usuário.
A Folha entrou em contato com a Secretaria Municipal de Comunicação para que comentasse sobre o problema detectado pelos internautas, mas não houve resposta. (Y.G)

|